A FORMAÇÃO DO EDUCADOR NO BRASIL - QUALIFICAR A EDUCAÇÃO - É FAZÊ-LA CAPAZ DE DAR AO HOMEM CULTURA



A FORMAÇÃO DO EDUCADOR NO BRASIL

QUALIFICAR A EDUCAÇÃO - É FAZÊ-LA CAPAZ DE DAR AO HOMEM CULTURA
   
 Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Curso de Docência do Ensino Superior sob orientação da Prof. Olga Maria Menezes Gobert Damasceno em janeiro de 2001.


A conquista do sucesso não é uma coisa de ocasião. Ela é planejada e trabalhada até que se atinja a exaustão. E quando já estivermos cansados de lutar pelo sucesso, aí sim ele virá, com um gosto surpreendentemente maravilhoso de vitória.
Professor Nelson Lage

 OBS: Este texto foi elaborado no ano de 2001 - será que os aspecto observados no estudo, naquele ano, ainda perduram até os dias atuais?

INTRODUÇÃO

         O interesse pelo assunto que gerou este estudo deve-se ao fato de que, como educador, algumas questões formaram-se com a observação e a experiência da prática diária.
         Na definição do problema a ser estudado, são desenvolvidos os seguintes temas: entendendo a educação; porque dar ao homem cultura; dilemas da educação e a qualidade da educação. Temas que a meu ver, estão diretamente envolvidos com a formação do educador no Brasil.
         Para chegar ao entendimento do tema apresentado, o título escolhido refere-se à qualidade da educação. E qualificar a educação, é fazer com que ela seja capaz de dar ao homem cultura. Mas que cultura?
         Nos dias atuais, a palavra cultura é uma palavra um tanto quanto poluída. É usada com múltiplas significações. Hoje, para tudo, o que nota-se é a total falta de cultura.
         Nem se deve confundir cultura com talento ou dotes naturais. Mesmo porque esses dotes naturais, quando existem, precisam de cultura para que possam ser plenamente desenvolvidos.
         A educação, cujo entendimento é abordado logo na primeira parte deste trabalho, é a conquista da liberdade e da plenitude, mas está sempre cheia de entraves, está sempre sendo suprimida. É aprendendo que se faz cultura, é aprendendo que as pessoas se tornam cultas.
         Mas como transferir esta cultura através da educação se temos educadores, em sua maioria, totalmente despreparados?
         Na abordagem apresentada na segunda parte, intitulada "Porque dar ao homem cultura?", são apresentados os motivos julgados importantes na busca da resposta aos dilemas educacionais.
         Na linha dessa confusão de linguagem, até a qualificação de "intelectual" assume feições equívocas. Intelectuais, não raro, se intitulam como artistas primitivos que, em sua grande maioria, nunca fizeram funcionar a inteligência.
         Outro equívoco que obscurece a noção da cultura é o "saber especializado", que cada vez mais é o proporcionado pelas universidades. Essa tendência do ensino superior é irreversível. Cabe às universidades formar profissionais; e profissionais cada vez mais especializados. Muito de muito pouco. Isto é, de incultos. Devemos estar atentos para o risco da "deformação especialista".
         Desta forma, afirma-se que é pela educação e aprendizado que o homem adquire cultura.
         Cultura é então, o objetivo maior e o fruto da educação e do ensino. É a cultura que descortina o horizonte e apura a capacidade de avaliar, para poder escolher. É a cultura, portanto, que faz do homem uma pessoa livre. É a cultura semeada na educação e no aprendizado do ensino fundamental e médio que germinará e com assertiva, formará os nossos mais excelentes professores e educadores.
         Afirmo, desta forma, que qualificar a educação é fazê-la capaz de dar ao homem cultura, que é plenitude humana, tornando-o pessoa livre. Para isso, já que a universidade é um conjunto de escolas profissionais, tende cada vez mais à especialização e, por outro lado, o homem, para ser homem, precisa de cultura, a tarefa de oferecê-la, que o ensino fundamental e médio sempre exerceu, passa a ser mais decisiva e indispensável nesses níveis de ensino. Se estes níveis não o fizerem, ninguém mais o fará.
         Nessa direção, podemos afirmar que ao vestibular, que cabe avaliar a cultura e não a pré-especialização, por enquanto, não só não deve mas também não pode, em hipótese alguma, ser abolido.
         O homem precisa ter antes a alegria de ser homem para poder ser um bom professor, um bom mestre, um bom doutor e fruir a alegria de o ser. Afinal, de contas, homem não pode ser reduzido a um torcedor de parafusos. O trabalho humano não é o trabalho animal. Menos ainda o de um robô.
         Há de se estimular o interesse para uma nova forma de busca de soluções para os problemas nacionais, imaginando maneiras diferentes de debates, reformulando questões e dando um caráter amplamente interdisciplinar às atividades extracurriculares.
         O caráter formativo e interdisciplinar que caracteriza as atividades de ensino advindas de professores culturalmente preparados, fornece aos educandos os subsídios necessários à formação de pessoas capazes de redimensionar as estratégias de seu desenvolvimento profissional.
         Numa sociedade democrática, competitiva e sujeita a mudanças bruscas como a nossa, precisamos nos manter à frente dos acontecimentos para que possamos ter domínio sobre nossos destinos.
         Não restam dúvidas que entre os fatores que contribuem para o sucesso da educação como um todo existem dois que são indiscutivelmente fundamentais: bons alunos e um quadro de professores qualificados e competentes.
         Ninguém mais no país duvida da necessidade de mais e melhor educação. Mas, no sentido não apenas de que todos tenham oportunidades e condições de estudar, mas também no de que existam mais formas de oferecer e adquirir educação, inclusive em novos campos do conhecimento e em novas áreas e atividades profissionais.
         O fato entretanto, é que o estado brasileiro, ao contrário do que muitos supõem, não gasta pouco com educação. O que acontece na prática são basicamente três coisas. Primeira: boa parte dos gastos públicos no setor termina subsidiando a educação superior de quem menos precisaria de ajuda do estado para financiá-la. Segunda: há uma voragem predatória e criminosa no recolhimento e dispêndio de verbas públicas em educação. Terceira: não existe nenhum tipo de aferição sistemática e confiável da qualidade do ensino fundamental e médio em nível nacional que permita comparar o desempenho das escolas pelo aprendizado efetivo dos seus alunos, de modo a corrigir os pontos falhos do sistema.
         Talvez, com a implantação do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio em 1998 e com a sua constante aplicação, alguma coisa realmente mude, afinal de contas, o ENEM é uma avaliação diferente das avaliações já propostas pelo Ministério da Educação. Isto porque se dirige a quem deseja conhecer suas possibilidades de enfrentar problemas do dia-a-dia, sejam eles de natureza pessoal, relacionada ao trabalho, envolvendo tarefas previstas para a universidade e, até mesmo, de relacionamento social.
         Na quarta e última parte desta exposição, aborda-se a qualidade da educação, cujo desenvolvimento é descortinado diante de pontos que visam a excelência da educação e que orientam, de certa forma, a linha do pensamento atual para encontrarmos os métodos ideais de transmissão do ensino.
         Os métodos de ensino são o resultado da prática e devem ser continuamente ajustados, pois existem muitos talentos desperdiçados em virtude apenas da falta de estímulo e da maneira incorreta de lhe serem apresentados os assuntos.
         Somente o ensino cuidadoso, planejado, variado e estimulado, preparará o futuro profissional e o encorajará ao desenvolvimento de suas próprias aptidões.
         Uma orientação adequada tem importância maior, pois, facilitará a formação profissional em menor espaço de tempo.
         Com a nova LDB, é possível afastar os que não caminham o bom caminho, separar o joio do trigo e realizar avanços inadiáveis. Mas, são necessárias ainda, novas medidas. Firmes e criteriosas, porém urgentes e substantivamente inovadoras.


ENTENDENDO A EDUCAÇÃO

         Iniciamos afirmando que, educação é o processo vital, radicado na natureza espiritual e perfectível da criatura humana, pelo qual essa criatura, com o apoio do convívio social, particularmente com o da família e dos que a antecederam, vai desdobrando as suas energias germinais interiores, que traz ao nascer, e conduzindo-as à plenitude atuante, e, ao mesmo tempo, toma posse do patrimônio de cultura e civilização acumulado pelas gerações precedentes, e se insere, como membro vivo e participante, na comunidade humana de seu tempo e nos hábitos e peculiaridades do seu povo.
         Afirmamos também que o aprendizado ou a posse de uma virtude não é uma realidade recebida de fora, mas um encontro ou uma descoberta interior do ser humano. Não é quando ouve o professor que o aluno aprende, mas quando verifica, por reflexão interior, e percebe que o ensinado é verdadeiro.
         Uma outra realidade contida na definição é que a educação humana, embora tenha uma fase particularmente marcante e decisiva, que vai do nascimento à idade adulta, não se restringe a essa fase, pois o homem, não só intelectualmente mas no coração e na vontade, nunca deixa de ser perfectível, nunca deixa de ser educável. Por outro lado, não restringe a ajuda exterior que cada um recebe para a educação ao apoio formal dos professores e das escolas, nem ao auxílio menos formal ou intencional que lhe vem de toda a forma de comunicação humana, mas reconhece que há uma esfera sumamente importante da educação que não se ensina em curso, nem em escola, que é a sabedoria.
         Em matéria de educação, gostaria de perguntar: Qual o balanço que podemos levantar destes dois séculos de nação independente?
         Qual a situação atual da educação do povo brasileiro, e, sobretudo, qual a consciência que tem o nosso povo da educação a que pode aspirar e dos direitos que tem nesta matéria?
         Uma primeira constatação positiva que podemos e devemos fazer é a de que o Brasil, sem a educação de seu povo, não teria chegado à situação de progresso que alcançou, sendo estimado a oitava economia do mundo. Contudo, há dois aspectos sumamente negativos, que constituem evidentes deficiências no sistema educacional brasileiro. A primeira delas é a questão do analfabetismo. Apesar de grandes esforços, com resultados positivos, em 1996 a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais, foi, no Brasil, de 14,7%.( Almanaque Abril - 1999 )
         Apesar desta taxa, em 1980, ter sido de 25,4%, o resultado do ano de 1996 representa uma situação inadmissível. Sem considerar os dados do último censo escolar, estima-se que 2,7 milhões de crianças brasileiras entre 7 e 14 anos estão fora da escola. O analfabetismo é um fator ponderável de marginalização da vida social. Outro nó da educação é a altíssima taxa de repetência que atinge cerca de 30% dos alunos matriculados no ensino fundamental.
         O segundo aspecto negativo diz respeito à questão fundamental do acesso à educação. O acesso à escola no Brasil não só está gravado por deficiências, que já há tempos foram superadas em diversos países onde se implantou uma verdadeira democracia social, como também grandes segmentos do povo brasileiro dão mostras de ignorar os direitos que realmente têm no que se refere a esta questão vital. No Brasil de hoje, só alguém que tenha recursos pode chegar a exercer o direito de escolher a escola de sua preferência. Onde gostaria de estudar.
         Se não se conseguir ultrapassar esses dois aspectos negativos, será impossível para o Brasil descobrir e implantar de forma plena e efetiva o direito à educação; de dar ao homem cultura. Afinal de contas, o homem é um ser que busca, que luta contra o acaso, que se revolta contra seus limites naturais, que se revolta contra a própria morte.
         No Brasil, os alunos não escolhem as universidades pela sua diversificação ou a oferta de melhores cursos, com vistas ao mercado de trabalho. A primeira e mais decisiva opção é a gratuidade. Quem está mais alerta a esse processo e quem pode, pois, garantir melhor qualidade do ensino?
         Existe hoje no Brasil uma clara percepção por parte da sociedade — dos segmentos mais humildes da população, passando pela classe média, empresários e intelectuais — de que educação antes de ser política social, é uma necessidade estratégica. Finalmente, a educação no Brasil deixou de ser discurso em véspera de eleição para fazer parte da agenda nacional. A priorização dos investimentos no ensino fundamental ( 1a à 8a série ) passou de norma constitucional para prática operacional do poder público.
         Outra perspectiva da educação, muito importante, que é a que nos incumbe promover, sem perder de vista a sua fundamentação na natureza educativa do homem, é a educação como atividade auxiliar. E nessa perspectiva, ocorre também uma gradação, muito acentuada, que vai desde as influências espontâneas de um sobre o outro na convivência social, passa pelos meios de comunicação em geral e assume por fim o seu aspecto mais determinado na educação doméstica e na atividade escolar. Daí o fato do envolvimento familiar condizente e de professores bem preparados.
         Uma palavra deve ser destacada na definição de educação, é a palavra ajuda que ao meu ver quer significar que a educação não é simplesmente a transmissão material de algo do educador ao educando, como o calor de um corpo quente se transfere para outro menos aquecido. Na verdade, o aprendizado é um caminho para a alegria, para aquele deleite de que o homem tem necessidade. O aprendizado é a resposta do mais velho à aspiração do mais novo. O magistério é a ajuda prestada à natureza para que chegue aonde quer e precisa chegar.
         Há um veneno desumano nessa fala de menosprezo para o aprendizado escolar no ensino fundamental e médio. É o veneno utilitarista e pragmatista. Em vez de colocar como meta a formação do homem, de sua mente sadia e descortinada, para que se torne um ser livre e tenha o trabalho como um desdobramento disso, pensa-se na preparação direta para um emprego, graças a uma habilitação manualista.
         Costuma-se dizer ainda que cultura é aquilo que fica em nossa mente, depois que esquecemos o que havíamos aprendido na escola. A afirmação é feita, quase sempre, em desapreço para o aprendizado escolar, querendo significar que as coisas aprendidas, nessa ocasião, são mecanismos ou informações, sem alcance prático e, assim, inteiramente inúteis. Sobrecarga que deve ser esquecida o mais cedo possível.
         Na verdade, entendida com um pouco de lucidez, com um olhar mais atilado, o aprendizado escolar exprime, embora em constante meio esquemático, a admirável função cultural da escola de crianças e adolescentes, afirmando que cultural é realmente tudo o que fica do aprendizado escolar. E este aprendizado não é somente ridicularizado, mas tido como totalmente inútil.
         A ninguém escapa que, seja por limitação dos participantes, seja por desgaste da rotina, não faltam defeitos na sala de aula. Todavia, nada disso justifica a generalização negativa.
         Devemos considerar que, se o universo da criança é um mundo de imaginação, alegria e fantasia, no qual o apoio educacional tenta introduzir uma progressiva iluminação racional, o universo do adolescente é, além disso, a sua atmosfera espiritual, e o desejo ardente e a busca incessante da auto-afirmação e da verdade.
         Se o homem é, como diz Aristóteles, um ser que admira e se espanta diante das coisas, abrindo-se daí, para a curiosidade de desvendar o seu segredo interior, a adolescência é particularmente marcada por esse espanto e essa curiosidade.
         A escola deve responder a essa sede de descobrir o mistério das coisas que crescem na alma dos adolescentes. E, infelizmente, alguns professores não tem o preparo adequado para orientar tal descoberta, comprometendo o desenvolvimento escolar do adolescente.
         O adolescente pode vir a ser um físico, um químico ou um matemático e pode ser que já apresente traços de tendências para esta ou aquela especialidade, mas será um crime, privá-lo de um direito a ter uma mente descortinada.
         Tem sido natural o estudante concluir um curso sem saber dar conta sequer de um tema, não consegue escrever com clareza e sistematização, não ordena, manuseia, constrói e interpreta dados, o que revela continuar apenas "aluno", até porque aprendeu com um "professor" que nunca saiu da condição de "aluno".
         A indagação sobre a necessidade de um melhor preparo dos educadores no Brasil, responderia que não basta ter somente profissionais diplomados, existe também a necessidade de preparar melhor os profissionais que de alguma forma atuam no ensino fundamental e médio. A rigor, é necessário buscar exaustivamente a filosofia correta da educação. A presença de uma má filosofia de educação explícita, impediria que funcionasse o bom senso ingênuo, emergindo do relacionamento espontâneo da natural inclinação de serviço do mais experiente ao iniciante, dando ensejo ao surgimento de uma ação dita educativa mas efetivamente manipuladora.
         A educação tem como objetivo formar o homem ou prepará-lo para que funcione como meio em vista do progresso coletivo.
         O homem é um ser perfectível para o qual o aprendizado é indispensável. Em outras palavras, o aprendizado escolar tem vital importância. A formação humana, a formação do homem livre começa pela inteligência, não pela vontade.
         O que importa basicamente é que internamente, isto é, na ordenação dos programas e do modo de ensinar haja uma continuidade sem saltos, um evoluir homogêneo e progressivo.
         Para uma avaliação mais segura dos valores em jogo na educação do ensino fundamental e do ensino médio, é preciso que consideremos preliminarmente o que significa, para a criatura humana de um modo geral, a educação.
         Creio poder concluir que não basta somente uma filosofia; é preciso ter uma filosofia correta da educação e além disso, uma conscientização dos educadores de que o preparo constante deve ser buscado. Preparo para atender às mudanças do dia-a-dia dos educandos, da humanidade.


PORQUE DAR AO HOMEM CULTURA?

         A cultura de uma sociedade é transmitida de gerações adultas às gerações mais jovens pela educação. Educar é transmitir aos indivíduos os valores, os conhecimentos, as técnicas, o modo de viver, enfim, a cultura do grupo. Desta forma, a cultura "é a vida total de um povo, a herança social que o indivíduo adquire de seu grupo. Ou pode ser considerada a parte do ambiente que o próprio homem  criou". (Clyde  Kluckhohn,  Antropologia  -  um  espelho  para o homem. p 28.)
         A aquisição e a perpetuação da cultura são um processo social, não biológico, resultante da aprendizagem. Cada sociedade transmite às novas gerações o patrimônio cultural que recebe de seus antepassados. Por isso, a cultura é também chamada de herança social. Nas sociedades em que há escolas encarregadas de completar a transmissão da cultura iniciada na família e em outros grupos sociais, a educação é sistemática, isto é, obedece a um sistema, a uma organização previamente planejada.
         Podemos dizer que a cultura é um estilo de vida próprio, um modo de vida particular, que todas as sociedades possuem e que caracteriza cada uma delas. Assim, os indivíduos que compartilham a mesma cultura apresentam o que se chama de identidade cultural. Por esse motivo, devemos encarar a cultura como um todo, um sistema, um conjunto de elementos ligados estreitamente uns aos outros.
         Cada geração passa obrigatoriamente por um processo de aprendizagem diferente, no qual assimila a cultura de seu tempo e se torna apta a enriquecer o patrimônio cultural das gerações futuras. E, com certeza, é na capacidade que têm os grupos de perpetuar a cultura que reside a possibilidade de progresso. E esse progresso é a qualificação da educação. Todo progresso é resultante de uma síntese de elementos novos com elementos já adquiridos anteriormente. Assim a cultura é o somatório de todas as realizações das gerações passadas que se sucederam no tempo, mais as realizações da geração presente.
         Dizemos ainda que a cultura não é sempre a mesma. Apresenta formas e características diferentes no espaço e no tempo. Cabe aos educadores a busca de novos meios para o aprimoramento e a perpetuação cultural. Sendo assim, a essência do aprendizado tem tudo a ver com o professor, aquele que administra, estimula, enriquece e dá vida a uma série de processos que levam o aluno a aprender.
         O processo escolar requer que se desenvolvam simultaneamente dois traços contraditórios: disciplina pessoal e curiosidade. Parte do que se aprende na escola é disciplina de trabalho, isto é, o hábito de fazer o que precisa ser feito - apesar de faltar vontade, sobrar desconforto e haver a atração de coisas mais interessantes. Mas, ao forçar esses hábitos pessoais, a escola pode matar a curiosidade espontânea do aluno, seu instinto de explorar o mundo que o cerca, de fazer perguntas só porque não sabe a resposta. Se isso acontecer, perde-se algo valiosíssimo. Mas curiosidade sem disciplina não leva a parte alguma. Ao professor cabe a mágica de orientar o aluno nas duas direções: disciplina pessoal e curiosidade. E a Educação é um dos componentes mais importantes do capital humano. Na escola deveríamos aprender a ler e a contar, mas não apenas isso. A escola faz a transmissão entre família e a sociedade, tendo portanto um papel crítico no processo da socialização.
         Hoje vejo a escola brasileira ainda muito formal, sendo o ensino, em média, de qualidade medíocre, prejudicial ao estímulo dos que, por terem vocação, poderiam tornar-se excelentes professores. E, desta forma, acrescento ainda que, a escola que não pratica equidade, compaixão e tolerância no seu cotidiano não conseguirá de forma alguma ensinar isso aos seus alunos. E o lado positivo disso é o nascimento de uma aguda percepção com respeito à importância da educação e das deficiências do nosso ensino, tanto na fase fundamental como também no ensino médio.
         Definitivamente, no mundo de hoje, o que decide o bem-estar das pessoas e a riqueza de um povo é o seu nível de escolaridade. Levar um ensino de alta qualidade para as escolas é o caminho para transformar a sociedade inteira: melhorar a renda, a saúde, a segurança - enfim, a alegria de viver.
         Para qualificar então a educação e fazê-la capaz de dar o ao homem cultura, temos que contar com bons profissionais da educação, àqueles que tem um conceito positivo de si mesmo e de seu trabalho, profissionais que fazem o que gostam, gostam do que fazem e se sentem realizados porque são professores.
         Profissionais que buscam as possibilidades de fazer boas coisas diante das adversidades, em vez de procurarem as excelentes razões para se desculparem por não havê-las feito. Educadores que não se contaminam pelo pessimismo dos outros. Que sabem mostrar aos educandos a beleza e o poder das suas idéias. Que têm sempre expectativas positivas acerca de seus alunos. Que buscam enaltecer e nunca ridicularizar seus alunos. Que conseguem a participação ativa de todos nas aulas. Criam diálogos em busca de troca de experiências, pois, ser professor é aprender constantemente, com os alunos e com os colegas. Que entendem que a indisciplina começa quando o aluno pára de aprender.
         O professor-educador respeita as diferenças individuais, prepara as suas aulas, demonstra claramente que gosta da sua profissão, põe os alunos em situação descontraída. É conselheiro, é amigo, é humilde, entende quando precisa mudar suas estratégias.
         O educador não se constrange perante a onipotência da máquina, nem se assusta com a sua eficiência porque aos problemas dos homens só eles darão soluções. Está sempre atento aos transbordamentos da ciência mas não se embrutece nas respostas.
         O bom educador é aquele que consegue que todos aprendam o que têm de aprender, que cada um aprenda quando está pronto para tal e que sejam felizes no processo de aprender.
         O educador deve ser receptivo, atento às manifestações, expressões e sentimentos próprios dos outros e, acima de tudo, reconhecer as suas limitações. Deve superar as vaidades pessoais e colocar-se na posição de observador, para que as suas propostas e, principalmente, o seu comportamento estejam comprometidos com a realidade.
         Mas, se os objetivos são esses, a maneira de atingi-los varia tanto quanto a personalidade humana de cada um.
         E porque não atingir esses objetivos?
         Acredito que para isso, o educador deve ser ousado e transformador. Mas falta à escola uma atitude de olhar para a frente, de buscar o futuro, de apostar e acreditar no novo, de promover aqueles que se lançam com ousadia na busca das transformações necessárias. É isso que falta à escola e aos profissionais da educação, muita ousadia na vida profissional para que vivam na maior amplitude possível e sejam elementos transformadores.
         Este alvorecer de terceiro milênio requer um novo paradigma para a educação. Responder a uma demanda substancialmente nova, de uma dimensão espetacular, na escalada acelerativa da evolução humana, o que implica um vertiginoso investimento na qualificação do ensino como meta da escola do século XXI.
         O dimensionamento da luta pela educação assume medidas proporcionais à velocidade das mudanças que são geradas. Precisamos migrar da dicotomia da discussão sobre o nível da qualidade, boa ou não, da educação para a concepção de uma educação de alta qualidade, capaz de construir o conhecimento, acumular e disponibilizar informações, provocar o aprimoramento da dimensão multifacetada do homem.
         Os conflitos presentes e os que ainda poderão advir de tais mudanças serão acomodados mais rapidamente e os seus traumas diminuídos se as atenções, os esforços, os recursos e as ações forem direcionados para a construção de uma pedagogia integral.
         Questões como mais escolas públicas e particulares, mais professores com melhor qualificação e mais bem treinados, maior aplicação tecnológica, melhores salários para o magistério não deixam de ser importantes e fazem parte do processo de tais conquistas, mas deixam de ser centrais.
         O que deve ser feito, urgentemente, é promover o debate para visualizarmos o que é realmente essencial e viabilizar a escola da pedagogia integral, possibilitando ao aluno não só assimilar conhecimentos, mas também reunir informações e poder ser o agente de transformação do seu próprio meio e destino, da sua cultura, aprimorando-se como ser solidário, como cidadão, conscientizando-se sobre os valores da natureza criativa e evolutiva do homem.


DILEMAS DA EDUCAÇÃO

         Primeiramente gostaria de esclarecer que no sentido técnico o termo dilema admite várias versões, mas todas giram em torno da ideia principal de um tipo de raciocínio. No sentido comum da palavra, todo dilema envolve uma situação complexa, para a qual qualquer saída que se encontre apresenta muitos aspectos negativos. Assim como no seu sentido técnico todo dilema envolve algum tipo de engano e se resolve pela aclaração dos seus termos. Também no sentido comum há de se considerar sempre uma saída para o dilema, fundada no bom senso e na sinceridade de propósitos.
         No Brasil dos últimos quinze anos, o que se tem exigido às universidades, fundamentalmente, é a formação da juventude em níveis superiores, principalmente no que diz respeito à formação profissional, além de trabalho de pesquisa e, através da pós-graduação, um trabalho de formação de novos pesquisadores, cientistas e técnicos de alta qualificação.
         O que nunca faltou no Brasil foi discurso, alguns com pensamento de ponta, sobre a melhor maneira de enfrentar os dilemas da educação brasileira. E todos são unanimes em afirmar que quanto maior for a base acadêmica, maior será a chance de um recém formado integrar-se às novas exigências do trabalho e expandir suas habilidades, mediante cursos e reciclagens constantes.
         Não se trata de primeiro ensinar e depois aplicar ao social. O bom ensino já é social em sua própria contextura: ele examina, com cuidado o que está acontecendo, examina cientificamente, ao alcance do aluno, tanto o que é científico como o que não é. Assim, trata de assuntos de interesse social ou individual dos alunos, como saúde, profissão, trabalho, consumismo, sexo, amor, reprodução, relações familiares, drogas, crime. Isso é mais importante do que os assuntos dos programas convencionais, pois transmitem cultura.
         O importante é levar os alunos a discutirem, com cuidado, os mais diversos assuntos, desde que lhes interessem vivamente.
         No que toca à formação da juventude, atualmente há uma série de ingredientes que vem gerando uma verdadeira situação de dilema para as universidades. Que formação a universidade deve dar aos jovens que a procuram? Uma formação que os leve a se desenvolver como pessoas? Uma formação profissional que os capacite para ganhar a vida em uma atividade especial? Uma síntese destes dois ideais, tentando formar uma pessoa aberta aos valores principais e ao mesmo tempo habilitada ao exercício de uma profissão? Mesmo no que concerne à formação profissional, que tipo de profissionais quer realmente a universidade formar? Pessoas profundamente preparadas nas ciências que dão embasamento à prática profissional? Ou somente práticos, que tenham apenas alguma base teórica?
         Uma resposta muito objetiva a todas estas perguntas seria a de dar a cada universidade uma característica própria de formação, com a escolha dos currículos e práticas a serem exigidas. Mas esta resposta e esta decisão por parte de cada universidade, que já em si são tão difíceis, tornam-se extremamente complexas por muitos fatores, independentes do poder das universidades, que interferem e criam para elas verdadeiros dilemas.
         Outro fator de muito peso é a tendência natural dos alunos, daqueles que buscam as escolas superiores. Na maior parte deles a preocupação mais importante é a obtenção de um diploma, como uma chave que lhes abrirá a porta de ingresso a um emprego. No caso aqui abordado - A Formação do Educador no Brasil - a porta das escolas que aceitam profissionais totalmente despreparados e que são certamente os multiplicadores do caos em que se encontra a educação.
         Esta tendência é reforçada ainda pela tendência dos organismos profissionais de garantirem o maior número de vantagens e de exclusividade para os portadores de diplomas, mesmo sem a comprovação do conhecimento formativo.
         Há ainda um outro fator que incide grandemente no trabalho das universidades. Falam alguns da formação carente e do despreparo dos alunos saídos das universidades. Esquecem, entretanto, que a universidade é apenas uma fase, a principal, talvez, mas uma fase de uma longa formação. Que não pode parar com a colação de grau.
         Além disso, que tipo de alunos estão recebendo as universidades? Qual a educação que recebem no ensino fundamental e no ensino médio? Seria possível à universidade, por mais que se empenhasse na recuperação das deficiências havidas na formação anterior destes alunos, levantá-los ao grau que permita dar-lhes uma formação eficiente em nível superior?
         Queixamo-nos todos de que os alunos estão chegando à universidade com menor capacidade de articulação e expressão do seu pensamento. Poder-se-ia atribuir esta carência tão somente ao ensino fundamental e ao ensino médio? Não haveria também uma boa parte de responsabilidade dos pais, originada pelo permissivismo que se implantou quase como regra da educação das crianças, sem a exigência de hábitos rigorosos de vida e de estudo, ou seja, sem um endoutrinamento cultural?
         A rigidez das regras de ingresso ao ensino superior não deixaram alternativas aos estabelecimentos de ensino básico, especialmente aos de ensino médio, senão preparar seus alunos para a guerra do vestibular. Por outro lado, a não ser nas áreas onde há população de classes menos favorecidas, o ensino técnico é tido hoje como ensino de segunda classe, ou seja, com o advento da nova LDB, está diminuindo o interesse pelos cursos técnicos (profissionalizantes) e aumentando progressivamente o interesse pela formação geral. Justamente ao contrário do que aconteceu quando da implantação da Lei 5.692/71.
         Quem precisaria ainda ser convencido que a educação é a base de tudo?

         De que sem um ensino básico de qualidade, jamais alcançaremos os objetivos de acelerar o crescimento econômico, estender a cidadania e reduzir as desigualdades no Brasil?
         É preciso dar maior atenção ao ensino fundamental e médio, pois são eles os alicerces onde será edificado o ensino superior. E com certeza onde tem origem a formação dos nossos mestres e doutores.
         Devemos educar o adolescente para sua própria plenitude e, o adulto, para além disso, servir, à comunidade. Por isso, o ensino superior, que forma o profissional, terá sempre que exigir desempenho, avaliar profundamente e qualificar. Aí haverá professores, mas não para dar aulas, e sim para motivar, dar orientação e ajudar os jovens no planejamento das atividades que desejarem desenvolver, para coordenar seminários, promover discussões e incentivar projetos.
         A educação brasileira atingiu uma situação vergonhosa e foi urgente recuperá-la. O advento da nova LDB trouxe profundas modificações nas perspectivas da educação, entre elas, a não obrigatoriedade do exame vestibular, o ingresso automático dos alunos com bons resultados no ENEM e outros. Desta forma, o assunto "3º grau" deixa de ser um assunto que só interessa aos estabelecimentos de ensino superior e passa, definitivamente, a ser discutido pelos estabelecimentos de ensino fundamental e médio.
         Aliás, o assunto sempre foi de interesse de todos os bons educadores, independente de em que nível atuem.
         A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que foi aprovada em 1996 depois de oito longos anos tramitando no Congresso Nacional, estabelece normas e procedimentos que afetam todos os níveis do sistema educacional. As mudanças estabelecidas, implantadas, já deveriam estar surtindo o efeito desejado. No entanto, quatro anos se passaram e os resultados obtidos até agora, ainda são mínimos.
         Para críticos dessas mudanças, tanto a promoção automática quanto as classes de aceleração podem reduzir as taxas de repetência de forma artificial, permitindo na verdade, que crianças mudem de série mesmo sem condições de aprender os novos conteúdos. E isso com certeza afetaria seu desenvolvimento futuro.
         Da mesma forma o provão que tem recebido críticas de professores e alunos que consideram as provas ineficientes para medir a qualidade do ensino porque avaliam apenas alunos no último ano do curso, deixando de lado currículos, métodos de ensino e as experiências profissionais dos docentes. Mas que medo é esse? Não seria o receio de se ter descoberto o modo de detectar definitivamente onde estão os maus profissionais do ensino? Aqueles professores que tiveram uma péssima formação quando ainda eram alunos e que agora contaminam as escolas do país?
         Este conjunto de fatores e distorções tolhem enormemente a liberdade e a criatividade das universidades no que toca ao problema da formação de seus alunos e dificultam suas decisões neste ponto. É um verdadeiro dilema, as universidades são criticadas pela formação que dão e, se buscam melhorar esta formação, devem entrar em conflito com a tendência dos possíveis alunos, com as expectativas dos grupos profissionais que as defendem e com a própria legislação. Basta verificar os resultados obtidos nos provões, onde em algumas cadeiras o rendimento dos recém-formados foi o pior possível.
         Muitas universidades ou mesmo faculdades isoladas privadas já tem em sua direção homens que têm conhecimento profundo dos problemas da educação; e não apenas os problemas teóricos, mas também os práticos e os administrativos. Conhecem os meandros da burocracia. Eles estão quase no fim de sua vida profissionalmente útil e sabem que têm de enfrentar o grande desafio de fazer que suas escolas, mesmo que seja contra os professores não qualificados e os alunos que não entenderam o mundo que os cerca, conquistem uma boa posição na avaliação do MEC em tempo curto.
         A universidade desempenha um relevante papel, fruto das vocações científicas e políticas, no desenvolvimento da cultura, do saber e da tecnologia, além de ser uma das grandes responsáveis pela formação do cidadão que vai atuar na nossa realidade, na nossa sociedade.

A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

         Desde o ano de 1994 as escolas particulares de várias regiões do país, vem realizando com pleno êxito um Programa de Qualidade Total que já mobiliza boa parte das 30 mil escolas da rede particular. (Revista Exame - setembro/97).
         A luta pela qualidade na educação é um processo que expressa a necessidade da Nação. Somente com a consciência clara de suas responsabilidades sociais, a escola poderá superar as dificuldades e inaugurar novos caminhos.
         A qualidade total traz desafios à escola na medida em que estimula habilidades e redefine atitudes diante das crescentes demandas da sociedade. A proposta é resolver problemas crônicos e promover avanços, substituindo a perplexidade diante das novas exigências sociais e tecnológicas pela ação cooperativa, ágil e eficiente.
         Na área da escola, a preocupação com a qualidade se traduz essencialmente na busca de técnicas mais eficientes para motivar, ensinar, fixar e principalmente medir a aprendizagem. É preciso garantir também um ensino de boa qualidade. A partir de um ensino básico bem feito é que as nossas crianças irão adquirir as ferramentas necessárias para enfrentar o mundo do trabalho, cada vez mais exigente e competitivo. Os educadores tem demonstrado grande preocupação com os destinos do país e sabem que as soluções que o Brasil requer passarão por suas mãos.
         A visão da excelência da educação é causa comum, digna de mobilizar a sociedade brasileira e obter a adesão geral. Da parte específica dos educadores, há perfeita consciência de que ainda há muito que ser feito no que diz respeito ao compromisso individual de trabalhar de modo solidário, responsável e positivo, para a reconstrução do sistema nacional de ensino. É fácil afirmar que a batalha do futuro se perde ou se ganha em cada sala de aula deste país.
         As escolas juntamente com seus educadores tentam encontrar formas de educação feitas sob medida para responder às necessidades daqueles que provêm de estruturas da sociedade com menor grau de instrução.
         Um dos problemas que o ensino e a educação enfrentam, hoje, diz respeito à busca de um entendimento mais amplo do seu papel e o significado para o aluno, em um contexto onde os desafios provocados pela dinâmica dos avanços tecnológicos e científicos decorram principalmente da versatilidade na produção, divulgação e circulação de informações.
         Neste sentido, observa-se que o predomínio da quantidade de informações a ser acumulada ao longo dos anos de escolaridade transforma o ensino, não raro, em um hábito que, ao enfatizar uma visão instrumental do mundo e de si, torna o aluno isolado e não participante. É como se os alunos caíssem na mesmice, numa automação de ir e vir à escola, sem nada aprender. Infelizmente, a gente vai encontrando pela vida afora inúmeros problemas e traumas semeados, abundantemente, na seara social, por mãos carimbadas, taxadas com as iniciais da educação, mas que nada tem a ver com ela.
         Nessa perspectiva, apesar da chamada crise dos paradigmas da sociedade moderna, a educação é chamada a enfrentar o paradoxo de, ao mesmo tempo, atender aos anseios de uma sociedade estruturada a partir de padrões instrumentais imediatistas e ajudar os alunos a produzirem não apenas "coisas" mas, principalmente "significados". Com isso, abandona-se, na relação ensino-aprendizagem, a possibilidade de expandir a capacidade de pensar, analisar e criar, reduzindo a mente à linearidade de seu potencial; o que compromete muito o fator da qualidade do ensino a ser alcançado durante o desenvolvimento do aluno durante a fase escolar.
         As transformações pelas quais a sociedade brasileira vem passando, revelam, portanto, a necessidade de novas formas de entendimento da qualidade do ensino e da educação.
Essas transformações devem ser feitas de tal modo que, os novos currículos possam refletir perspectivas de formação que ultrapassem objetivos puramente intelectuais e, ao mesmo tempo, devolvam à sala de aula sua dignidade de local de produção e transformação do conhecimento, de transmissão de cultura. O ensino nesse sentido, se tornaria uma experiência significativa para alunos e professores que buscam uma finalidade para suas práticas e formação. Ao aumentar a capacidade de absorver novas informações, estimula-se a percepção das relações entre um conjunto de dados e as estruturas de realidade pessoais, tanto interiores como também exteriores. Desse modo, cada fragmento de informação encontra o seu lugar adequado e amplia a integração do todo, desde que haja uma preocupação com a qualidade no momento de processar tais informações.
         Acredito ser importante destacar que o ensino transforma-se numa ferramenta insubstituível para a formação integral do indivíduo. Destaca-se, ainda, que todo ser humano tem um potencial latente em si mesmo. Nessa perspectiva, se tudo o que se sabe sobre o potencial humano pudesse ser aplicado na sala de aula, seria possível desenvolver uma nova espécie de integridade pessoal e profissional.
         Numa primeira análise, para que possa ajudar os alunos, o professor deverá, inicialmente, possuir uma concepção precisa da construção de conhecimento enquanto processo dinâmico e relacional advindo da reflexão conjunta sobre o mundo real. Deverá possuir base teórica consistente, clara concepção do objetivo da aprendizagem e da metodologia a ser utilizada, assim como do processo de avaliação de acordo com a visão do conhecimento, seja o processo construtivista ou não.
         Diria que é da responsabilidade do professor o adensamento do repertório de conhecimentos dos seus alunos, sem o que nem haveria a necessidade de escolas. E como o sujeito responsável pelo ensino é o professor, então o referido reconhecimento depende somente das suas qualidades.
         No entanto, infelizmente, não existem avaliações concretas daquilo que os professores fazem efetivamente nas salas de aula. Do que eles passam realmente aos seus alunos. Daí a fragmentação, a repetição indefinida dos mesmos conteúdos, a eterna recuperação, em suma, a transferência de responsabilidades.
         Lamentavelmente, o magistério coloca-se como um dos únicos lugares onde quem não sabe e não tem competência, ainda se estabelece. Vale a pena ressaltar que muitos professores, por não problematizarem a sua própria situação, ou por não enxergarem os determinantes reais do seu trabalho, despejam todas as suas frustrações e todas as suas revoltas, no outro pólo da relação pedagógica, ou seja, no aluno.
         A realidade dos nossos dias nos mostra, que devemos determinar um novo perfil para o educador, que só pode ser alcançado com um sistema educacional renovado. O novo profissional da educação tem que ter conhecimentos básicos sólidos, grande capacidade de aprendizado, ter iniciativa para se defrontar com o imprevisto, cada vez mais comum nas situações cotidianas, e principalmente, ter capacidade de comunicação oral e escrita.
         Por estes motivos, o sistema educacional, ao lado das tarefas tradicionais de melhorar o ensino fundamental e ampliar a cobertura do ensino médio, tem que ser capaz de renovar-se no sentido de privilegiar novas aptidões, especialmente o desenvolvimento daquelas que, de forma dinâmica podem ser construídas em paralelo às modificações nos processos de produção.
         Essas novas concepções a respeito da relação entre educação, cognição e avaliação e formação profissional, reorganizam o pressuposto de que o ser humano, mesmo em se tratando de relações profissionais e de trabalho não presta atenção ao que não tenha alguma relação consigo, chegando ao ponto de ignorá-lo.
         Somente aquilo que produz algum efeito sobre o homem é percebido por ele e adquire um sentido de proximidade pessoal. Quanto maior sua importância para a vida do indivíduo, menos este pode ignorá-lo.
         Do ponto de vista da educação e do ensino pode-se afirmar que o professor que se irrita e repreende o estudante devido, por exemplo, à lentidão de seu progresso, ou que considera que o processo cognitivo ocorre de qualquer modo e acha que o aluno atinge uma compreensão maior do que na realidade acontece, distorce totalmente o processo de aprendizagem. Esse professor cria um abismo entre o aluno e o que deve ser aprendido.
         Há certos professores que, certamente por acomodação ou omissão, impedem que jovens ávidos de orientações sejam conscientizados e permitem que saiam das ditas "Instituições de Ensino", sem terem vivido experiências utilíssimas para a formação de suas personalidades.
         Os princípios que deverão fundamentar as práticas pedagógicas, são aqueles que permitindo a formação de indivíduos críticos, criativos, autônomos, solidários e responsáveis; capazes de entender o mundo complexo em que vivem e de se posicionar e agir, quando necessário, para transformá-lo; permitindo, ainda, a formação de professores com plena consciência de seus direitos e deveres e da importância de sua participação nas transformações necessárias para tornar a sociedade mais presta, mais humana, mais democrática, enfim uma sociedade mais culta. Esses princípios deverão estar presentes também, na prática pedagógica, expresso pelo trabalho de construção coletiva dos professores, em que o diálogo deve ser uma constante, em que os diferentes pontos de vista e vivências devem ser considerados para a construção da proposta pedagógica.
         A criação de valores é, pois, um dos objetivos principais da educação. Ela é a própria vida da educação, em cuja direção devemos trabalhar, utilizando lições das outras ciências aplicadas.
         Devemos lembrar sempre que a proposta pedagógica deve corresponder ao perfil diversificado dos alunos, à expectativa da comunidade, sem, no entanto, perder de vista as diretrizes que devem ser asseguradas para garantir a unidade nacional, sem deixar de considerar, na sua formulação, a identidade pessoal dos alunos, professores e outros profissionais, além dos respectivos sistemas de ensino.
         Portanto a tarefa principal do professor não é apenas preservar e transmitir conhecimentos, mas também estimular e melhorar, pensar no futuro e despertar nos alunos os valores de caráter que estão latentes. Neste sentido é atemorizante pensar na possibilidade de que alguém que não tenha sido cuidadosamente preparado para ser professor esteja exercendo tal tarefa. Não é qualquer um que pode ser educador; ele deve ser, a meu ver, um exemplo do que a sociedade tem de melhor para oferecer, um modelo do ideal de cada um; deve ser também sensível e amigável na comunicação desse ideal, e, ao mesmo tempo, fornecer aos alunos orientação e liderança em uma ampla gama de atividades acadêmicas e de vida prática. Não há mais clima para a repetição sem criatividade ou a reprodução-padrão, como se fôssemos incapazes de raciocinar.
         O mercado tradicional para graduados está saturado. Nossos jovens universitários perderam a paciência com os cursos longos, pois eles não garantem nada, ao seu término.
         Diplomado, definitivamente pronto e acabado para a prática do ensino. É, lamentavelmente o que ouvimos dos nossos recém formados educadores. A formação contínua do professor é um processo que não pode ter fim. Mais do que isso, ser professor é assumir um compromisso com o conhecimento, com a cultura elaborada.
         Se não estivermos dispostos a encarar de forma completamente diferente a nossa responsabilidade - que é visivelmente grande demais - devemos mudar de profissão. É isso mesmo! Mudar de profissão.
         No entanto, se formos capazes de sentir o problema, se estivermos aptos a amar o ensino, sobretudo a amar e tratar com afeição os educandos, nascerá uma nova concepção educacional. Precisamos testar constantemente a nossa capacidade, assumindo, realmente, de hoje em diante uma postura de um verdadeiro educador. O que vemos, é que há professores sobrando por aí, mas como há carência de educadores!
         A postura do professor muitas vezes é afetada pelos sistemas e contaminada por tendências. Embora em termos teóricos todos os fins da educação visem à auto-realização, praticamente o que se vê é sempre o inverso: tanto o professor como o educando são manipulados pelas leis sociais. O que esperam de nós é muito mais valorizado do que realmente o que somos. Mas o verdadeiro educador não é tímido e nem se constrange diante dos desafios impostos pela sociedade. A evolução tecnológica não o assusta, pelo contrário, o abastece de recursos para vencer os obstáculos que se impõem, devido às expectativas em nível cada vez mais acentuado. Os incrédulos dirão do "idiotismo tecnológico", já previsto: "A educação produziria uma superespecialização, transformando os homens em robôs". Já o educador não a vê sob esse prisma, mas como um esforço para acompanhar os largos passos da evolução.

  
CONCLUSÃO

         Após esta rápida exposição de motivos e alguns desagravos, resta-me nesta conclusão afirmar que, na atualidade, observa-se uma necessidade imperiosa de um número maior de pensadores sistêmicos e de professores interdisciplinares. As complexidades resultantes de informações produzidas em abundância e de sua circulação com maior rapidez, exigem muita versatilidade, interesse e entusiasmo de todos nós.
         A universidade, preocupada com o dever imediato de formar profissionais, não têm atuado como seria desejável no campo da educação e da cultura, duas fases importantes do desenvolvimento, a primeira por ser fundamental e preparatória e a segunda por ser mais enriquecedora.
         Diante disso, cabe ainda, mais uma pergunta: Não seria a desagregação atual da universidade brasileira explicada pela má qualidade do ensino? Não teria sido isso fruto da contratação maciça de professores muitos dos quais incompetentes?
         Acho urgente que se estimule o interesse para uma nova forma de busca de solução para os problemas nacionais, imaginando maneiras diferentes de debates, reformulando questões, dando, em suma, caráter amplamente interdisciplinar às atividades extracurriculares.
         A escola que estamos construindo acha-se completamente distanciada ou em constante conflito com as expectativas atuais. As inovações da reforma do ensino estão se confundindo e se desgastando sem trazer propostas para a adequação do encontro de duas verdades que se arrastam para fugir às mentiras: a escola e o aluno.
         Mais que nunca há que se propiciar ambiente e clima favorável para o desenvolvimento da imaginação criadora, para continuar a desenvolver o raciocínio, a cultivar a conceituação, a capacidade de desenvolver idéias abstratas, de ordenar experiências, a partir do sentimento e da intuição.
         Acredito, veementemente, nos ideais do educador, do verdadeiro educador. Ele vem reagindo e submergindo em todas as dificuldades, sacudindo as poeiras de idéias impostas que nada têm a ver com a nossa cultura e prometendo um verdadeiro milagre pedagógico. Devemos lembrar que foi pela intuição, uma das qualidades mais valiosas da inteligência humana, que, desde a mais remota antiguidade, o homem conseguiu fazer suas construções estáveis, naturalmente tomando como modelo as admiráveis soluções observadas na natureza.
         O grande profissional do ensino, o verdadeiro professor, se forja somente com o desenvolvimento em alto grau de sua intuição inata, embora não possa prescindir do instrumental necessário à formação fundamental. Não se consegue criar novas concepções para os professores que estão habituados a colher nos livros soluções particulares de problemas já resolvidos por outros, evitando ou contornando pseudo dificuldades que podem ser resolvidas simplesmente pela conceituação básica.
         Acho necessário repensar o ensino e ver o que se quer com ele. É só conhecimento que se quer ou deveríamos atingir a própria relação do homem com a vida, seu comportamento, sua compreensão global de seu estar no mundo? Não é possível que um professor não consiga mostrar a relação do homem com o mundo. A gente precisa ler livros complexos para sabermos um monte de coisas. E muitas dessas coisas deveriam estar no dia-a-dia das pessoas. O conhecimento científico mudou tudo nos últimos anos e parece que isso não chega nunca à escola do ensino fundamental e do ensino médio, pois os professores não se atualizam, pois pararam de estudar.
         Sabe-se que, no processo de formação do educador, poucos são aqueles que continuam a estudar com a intensidade desejável depois de graduados; esse estudo, tão necessário, só poderá ser estimulado dando ao futuro diplomado a infra-estrutura necessária para implantar a futura cognoscência, alargando-lhe os horizontes e dando-lhe uma visão mais ampla dos problemas.
         Somente o domínio da conceituação munirá o profissional do instrumental que lhe permitirá solucionar os problemas novos com seus próprios recursos, mesmo quando não existirem modelos cognitivos.
         Não se compreende que na fase escolar os acadêmicos não sejam intensivamente estimulados a resolver com acuidade a parte mais penosa de seus problemas. Os métodos de ensino são o resultado da prática e devem ser continuamente ajustados, reestudados e reelaborados.
         Para atenuar o conflito de gerações, ou de temperamentos é necessário que o bom professor conheça profundamente a sensibilidade dos seus alunos, admire-lhes as virtudes, toque-lhes a alma, e estimule-os ao máximo, com a comunicação de seu próprio entusiasmo.
         A tarefa do professor é, sobretudo, tornar todos os assuntos acessíveis e atraentes aos jovens alunos sem com isto ser apenas superficial, ao contrário, dando o máximo de profundidade e de realce à sua matéria. O professor deverá trabalhar para convencer os alunos dos méritos de seu aprendizado, através de resultados palpáveis, de modo a incutir-lhes a confiança em si próprios.
         Há muitos talentos desperdiçados em virtude apenas da falta de estímulo e da maneira incorreta de lhes serem apresentados os assuntos. Somente o ensino cuidadosamente planejado, variado e estimulado, preparará o futuro profissional e o encorajará ao desenvolvimento de suas próprias aptidões, continuando a usar e estimular o que aprendeu por toda a vida. A educação é a base de todo o progresso e, quando não cuidada, constitui-se no mais grave problema que não só entrava como dá origem ao congestionamento geral do desenvolvimento do aluno.
         Há, pois a necessidade permanente de preparar profissionais e professores em pouco tempo, em grande quantidade e de alto nível. Não se pode esperar pela revelação de vocações naturais. Para isto, é forçoso melhorar a qualidade do ensino tanto no nível fundamental, no médio ou universitário. Uma orientação adequada tem importância maior, pois facilita a formação profissional em menor espaço de tempo.
         Hoje se fala muito em interdisciplinaridade na construção do conhecimento, em diretrizes curriculares nacionais, mas, de uma maneira geral, os professores ficam perplexos diante de todas essas novidades. E essa perplexidade traduzida basicamente em dois sentimentos. O primeiro diz respeito a necessidade da incorporação das novidades tecnológicas e educacionais. O outro é o sentimento de insegurança, gerado pela falta de base para mexer com todas essas novidades.
         No geral, os professores sabem que precisam mudar, mas não sabem como. Isso gera angústia, também causada pela percepção de que o mundo muda tão rapidamente que a escola não consegue acompanhar.
         E com isso tudo, muitas vezes o que acontece nas escolas é a corrida para uma espécie de retórica, mecanismos estereotipados, que valida a mudança, mas que fica apenas no discurso e não tem nenhuma atitude prática em sala de aula. Ou seja, temos um grande descompasso entre a retórica e a prática.
         Hoje, somos vítimas de um sistema de educação que falha monumentalmente, pois nunca houve no país um projeto sério em favor da educação.
         Há a necessidade urgente de um movimento sincronizado para que se possa mudar as instituições de formação, e trabalhar forte e progressivamente na educação continuada dos professores que atuam hoje no ensino fundamental e no ensino médio, incentivando as atualizações e especializações seja pelo ensino presencial ou pelo ensino à distância.
         Precisamos, basicamente, de formação permanente do educador em serviço e uma ação institucional das unidades formadoras, que estão um tanto quanto obsoletas.
         Os "imprevistos" de hoje, nos estarrecem, porque todos eles foram previstos. Os erros vão se acumulando. Livros e mais livros são escritos denunciando e apontando alternativas, mas as pessoas leem, concordam, fazem até passeatas, mas não mudam o comportamento. Que fique claro que na educação, o mais importante não é o propósito, mas sim, o resultado esperado.
         Na hora em que se fala na reestruturação da Universidade, em programas de ensino a distância, em provão e em Diretrizes Curriculares Nacionais para educação dos jovens e adultos, é preciso contribuir, de algum modo, para a modernização, aproveitando o muito que de bom existe, respeitando a tradição, mas  não  hesitando  em inovar. Inovar radicalmente no que for necessário, mas não pelo simples prazer de mudar, mas mudar para chegar até a colheita dos resultados.
         Há que se habituar os acadêmicos a determinar as relações entre causa e efeito utilizando meios descritivos e especulativos para análise dos fenômenos investigados.
         Justifica-se, pois, o estudo histórico, um dos sustentáculos da percepção humanística, como também o estudo comparativo. Hoje, até mesmo os processos de livre avaliação começam a ser reconhecidos como de feição científica. São também aceitos os processos por ensaio e erro. Devem ser cultivados também, a verdadeira pesquisa e a verdadeira investigação readaptando-se continuamente a universidade à época em que vivemos.
         Sob o ponto de vista deste trabalho, o objetivo mínimo de cada professor deverá ser sempre o de trabalhar constantemente  no sentido  de  proporcionar aos estudantes a oportunidade lógica e natural  de  terem  a  melhor formação possível. Para isto, deverá ser divulgado um perfil diferenciado para esse novo professor. Este deve ser aberto, mais humano, valorizador incansável da busca, do estímulo, do apoio e ser uma pessoa capaz de estabelecer formas democráticas e entusiasmadoras de pesquisa e de comunicação.
Além disso, a pesquisa deverá ser o centro gerador e o polo irradiador dos conhecimentos do porvir. Para tanto se faz necessário reconhecer as universidades como centros de excelência com a conseqüente redução da dependência externa. Estimulando desta forma, a pesquisa e/ou a divulgação, aperfeiçoando a experiência nacional acumulada.
         Se medidas urgentes e eficazes não forem tomadas, correr-se-á o risco de ver dissolvidas equipes de alto nível. Este desenvolvimento que se fez, também, como se assinalou, a custo de sacrifício de outras áreas, como maior razão, não pode, de forma alguma, sofrer solução de continuidade, pois, do contrário, os prejuízos serão incalculáveis e representarão um retrocesso de dezenas de anos, sem pensar nos efeitos cessantes. De que vale uma nova LDB e uma Década da Educação se esses instrumentos não forem realmente postos em prática em todos os níveis de ensino?
         As universidades devem ter, pelo menos, a preferência da pesquisa básica e as de quaisquer outras mais intimamente ligadas à pós-graduação. Há que se dar oportunidade aos pós-graduados e aos vocacionados para a pesquisa, já identificados, de ocuparem o seu lugar na universidade, não permitindo que o espaço que a eles deveria ser reservado, esteja congestionado por acomodados e incompetentes em benefício, também, da universidade.
         A luta pela qualidade na educação é um processo que expressa a necessidade da Nação. Somente com a consciência clara de suas responsabilidades sociais, a escola poderá superar as dificuldades e inaugurar novos caminhos. Caminhos que deverão ser abertos por educadores bem formados, bem orientados e decididos a fazer o melhor pela educação, pela cultura, pelo povo, pelo país.

  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  
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BOECHAT, Ivone. Escola, Doce Escola. Rio de Janeiro, AFE, 1993
CERVO, Amado Luiz. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1983
DEMO, Pedro. Princípio Científico e Educativo. 5. ed. São Paulo, Cortez, 1997
KLUCKHOHN, Clyde. Antropologia - Um Espelho para o Homem. Belo Horizonte, Itatiaia, 1963.
OLIVEIRA, Pérsio Santos. Introdução à Sociologia. 20. ed. São Paulo, Ática, 2000
REVISTA EXAME, São Paulo, Editora Abril, 1997.
SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer Uma Monografia. 9. ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999
SILVA, Ezequiel Theodoro. Magistério e Mediocridade. 4. ed. São Paulo, Cortes, 1999



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